Demência, Cada um escreve a sua...
- Esta sou eu a Fingir
- 26 de fev. de 2021
- 1 min de leitura
O gato sorri-me de bigodes espetados
Sabe de mim, quando colava a testa ao vidro, os olhos em espanto pelo mundo
A sorrir ao gato tropeço nas horas, velozes, quem as prende?!
Tropeço e tombo, sorrindo no entorpecimento
Afogo-me na água do banho, toda eu lavada de recordações
Na água do banho me encontro, massa encefálica oca, a testa no vidro frio, o mundo uma besta perante mim
Reconheço na pele o afago do sol
E na íris sempre os riscos da chuva
Sob o nariz o cheiro molhado do verde
Na ponta da língua o sal de um dia de praia
Mas na ponta da língua não distinguirei devorar uma pele quente
Nem no nariz o sentido de dois corpos
Na íris não mais a faísca dos afectos
Na derme a inexistência apenas
Inspirada na demência do Nuno F Cash e impelida a mostrar a minha própria demência pela doce Luzia Peixoto, cada vez mais me assegura a ideia de que formamos uma irmandade pouco secreta, onde a palavra passe é a nossa alma purgada por letras assim. Que vos Amo!

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