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Demência, Cada um escreve a sua...

O gato sorri-me de bigodes espetados

Sabe de mim, quando colava a testa ao vidro, os olhos em espanto pelo mundo

A sorrir ao gato tropeço nas horas, velozes, quem as prende?!

Tropeço e tombo, sorrindo no entorpecimento

Afogo-me na água do banho, toda eu lavada de recordações

Na água do banho me encontro, massa encefálica oca, a testa no vidro frio, o mundo uma besta perante mim

Reconheço na pele o afago do sol

E na íris sempre os riscos da chuva

Sob o nariz o cheiro molhado do verde

Na ponta da língua o sal de um dia de praia

Mas na ponta da língua não distinguirei devorar uma pele quente

Nem no nariz o sentido de dois corpos

Na íris não mais a faísca dos afectos

Na derme a inexistência apenas

Inspirada na demência do Nuno F Cash e impelida a mostrar a minha própria demência pela doce Luzia Peixoto, cada vez mais me assegura a ideia de que formamos uma irmandade pouco secreta, onde a palavra passe é a nossa alma purgada por letras assim. Que vos Amo!




 
 
 

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