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𝕊𝕠𝕓𝕣𝕖 𝕖𝕤𝕥𝕖𝕤 𝕢𝕦𝕖 𝕤ã𝕠 𝕠𝕤 𝕞𝕖𝕦𝕤 𝕠𝕝𝕙𝕠𝕤

O meu telefone reformou-se e deu lugar a um mais novo

Dizem deste que a câmara altera – melhorando – a nossa aparência, pelo que fui experimentar.

Melhorias, se as há (?) só me fazem compadecer pelo que vê o espelho todas as manhãs, sem cara lavada, a pele nua de hidratante e o cabelo em desalinho.

Fico-me pelas fotos sem correcção, como tudo o resto em mim, sem ensaio...

Hoje deu-me para isto porque vesti saia e trago cor de rosa no peito.

Em modo de menina, apesar de recentemente me ter estreado no 49º ano de vida.

Nunca dei muita importância a números destes e não vou começar agora, mas dou por mim a reparar em traços que tanto me distinguem como me aproximam dos meus.


𝕠𝕤 𝕠𝕝𝕙𝕠𝕤



Estes faróis que me caracterizam desde muito menina são indiscutivelmente crentes na doçura das coisas comuns.

Reparo hoje, como tenho percebido ultimamente, que me trazem a luz da minha mãe, num castanho às vezes tão claro que quase se vê para dentro de mim.

Mas distinguem-me exactamente nessa luz, mais especificamente no brilho que lhe faltava a ela e a mim nunca me abandona.

A penugem que os sobranceiam, essa é do meu pai. Cheia, preta e unida entre si por pequenos apontamentos de carácter que nunca permiti mexer.

Mas as minhas arqueiam-se ainda em espanto por pequenos nadas, enquanto as do meu pai pedem descanso pelo que já viram.

Vejo as minhas fotos de hoje e as dos 20 anos. Ou dos 30.

Entre todas elas, mais linhas traçadas, idade dizem uns, "Eu", respondo.

Um dia escreveram-me: o [teu] rosto transforma-se com as borboletas que esvoaçam em redor e diante dos teus olhos.

E sim, assim sou eu!

Sempre o olhar em espanto por estar viva,

E sempre olhar tão cheio desta inquietude só minha.

Uma dialéctica entre mim e mim, entre quem sou e o melhor que quero ser.

Ando neste rio ao sabor das marés que traz o mar,

Sinto os cheiros, sinto o vento, sinto a água.

Sinto o sol que me aquece a pele e a chuva que me lava o espírito.

Às vezes acompanho a corrente, outras tantas e às muitas, enfrento-a e subo rio acima, quando as águas insistem em descer ao invés, sem saber para onde, sem querer parar.

Amo este sabor da vida a passar e eu com ela

Quero sentir tudo! Quero ser tudo!

Para mim, nos outros, pela vida inteira.

Se podia melhorar a fotografia? Podia, mas não seria eu!



"𝒲𝒽𝑒𝓃 𝓎𝑜𝓊 𝒶𝓇𝑒 𝑜𝓁𝒹 𝒶𝓃𝒹 𝑔𝓇𝑒𝓎 𝒶𝓃𝒹 𝒻𝓊𝓁𝓁 𝑜𝒻 𝓈𝓁𝑒𝑒𝓅,
  𝒜𝓃𝒹 𝓃𝑜𝒹𝒹𝒾𝓃𝑔 𝒷𝓎 𝓉𝒽𝑒 𝒻𝒾𝓇𝑒, 𝓉𝒶𝓀𝑒 𝒹𝑜𝓌𝓃 𝓉𝒽𝒾𝓈 𝒷𝑜𝑜𝓀,
  𝒜𝓃𝒹 𝓈𝓁𝑜𝓌𝓁𝓎 𝓇𝑒𝒶𝒹, 𝒶𝓃𝒹 𝒹𝓇𝑒𝒶𝓂 𝑜𝒻 𝓉𝒽𝑒 𝓈𝑜𝒻𝓉 𝓁𝑜𝑜𝓀
  𝒴𝑜𝓊𝓇 𝑒𝓎𝑒𝓈 𝒽𝒶𝒹 𝑜𝓃𝒸𝑒, 𝒶𝓃𝒹 𝑜𝒻 𝓉𝒽𝑒𝒾𝓇 𝓈𝒽𝒶𝒹𝑜𝓌𝓈 𝒹𝑒𝑒𝓅"
 
            𝒴𝑒𝒶𝓉𝓈, 𝒲. 𝐵. - "𝒯𝒽𝑒 𝐿𝑜𝓋𝑒 𝒫𝑜𝑒𝓂𝓈"

 
 
 

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